por Deise de Moura Tolfo
O
bilhete para o voo rumo à Amazônia estava comprado e eu, já me sentia aliviada
por ter dado tudo certo: as datas, os valores e o pacote. Foram horas de
negociação, mas a opção mais atraente que a moça da companhia aérea me passou
foi para a Amazônia. Confesso
que na verdade queria ter ido para Fortaleza, mas parece que esse não seria o
meu destino.
Cheguei
em casa contente, sabendo que logo estaria do outro lado do Brasil. Os dias se
passaram e logo chegou a data tão esperada. Eram 7 horas da manhã de
segunda-feira, meu relógio despertou. Acordei assustada, pulei da cama e já fui
preparando minha mala. Roupas, casacos: não, casacos não! A moça da companhia
me disse que a temperatura lá é bem alta. Separei, então, somente roupas leves,
chinelos, tênis, livros, e o necessário para ficar duas semanas fora de minha
casa. Quando acabei, não havia mais nenhum espacinho para coisa nenhuma naquela
mala, e ainda faltavam alguns objetos. Resumindo, tive que sair às pressas para
arranjar mais uma mala. Minha vizinha me deu a maior força, emprestou a dela e
pude organizar todas as minhas coisas.
Confesso que na verdade queria ter ido para Fortaleza, mas parece que esse não seria o meu destino.
A
viagem estava marcada para as 21 horas e precisava chegar a Porto Alegre em
tempo hábil. Para minha sorte, consegui estar no Aeroporto Salgado Filho com
uma hora de antecedência. Fiz o check-in, entreguei o bilhete ao
funcionário do aeroporto e segui em direção ao avião. Quando entrei pela porta
da aeronave lembrei de tomar meu remédio para enjoo, sempre fico mal na
decolagem, meu estômago revira, minhas mãos ficam trêmulas e sinto como se
estivesse tendo uma coisa. Estava transtornada com aquilo, mas pensei em
soluções. A aeromoça logo veio para meu lado, e tive uma ideia fantástica, que
talvez me livraria de todas aquelas sensações horríveis. Chamei ela e pedi:
moça, tens algo para enjoo? Esqueci do meu remédio! A moça prontamente me
atendeu e me trouxe novamente o descanso.
O taxista maluco: em Manaus quem menos anda, voa!
Foram
quase sete horas dentro daquele avião. Confesso que para mim essa é aparte mais
chata da viagem, aquele ambiente me sufoca! Acho que sofro de claustrofobia.
Mas enfim, cheguei no meio da noite ao meu destino. Paramos no Aeroporto de
Manaus e precisava de um táxi que me levasse para o hotel.
Já
em terra firme, tudo já estava ficando melhor! Peguei o primeiro táxi da fila,
forneci o endereço que a moça da companhia me passou e o taxista deu a partida
no carro e saiu com muita pressa. A cidade estava silenciosa e o motorista
estava bem nervoso, andava bem rápido que quase não vencia as esquinas. Comecei
a ficar com medo. Ele me olhava pelo retrovisor, e nem cuidava muito o trajeto
que fazia. Perguntei a ele se demoraria muito e ele em um tom bem grosseiro me
respondeu: quer que eu ande mais! Tratei logo de ficar quieta e senti um cheiro
desagradável, acho que era de bebida. Pensei logo: meu Deus, onde fui me meter!
Ele
andou cerca de 40 minutos e eu percebi que ele estava dando voltas demais, não
tinha certeza, mas isso me passou pela cabeça. Só queria entender se ele tinha
alguma intenção maldosa ou apenas queria que eu pagasse a mais. Mas enfim,
cheguei no hotel sã e salva! A moça da portaria foi logo me receber e perguntou
se estava tudo bem comigo, acho que ela percebeu meu pavor! Após a recepção,
fui para o meu quarto descansar para iniciar o dia tão esperado; o dia de
conhecer a selva amazônica.
Era encantadora a diversidade de cores das casas, uma arquitetura bem diferente da nossa.Dormi bem pouco, acordei com o sol no meu rosto, olhei para fora da janela e me deslumbrei ao ver uma cidade tão bela. Era encantadora a diversidade de cores das casas, uma arquitetura bem diferente da nossa. Me empolguei bastante e estava ansiosa para conhecer tudo. Desci até a portaria e lá estava um índio me esperando para me levar até o acampamento na selva. Foram mais duas horas de trajeto, almoçamos no caminho e logo na primeira hora da tarde pegamos uma lancha para chegar até o destino. Foi surpreendente, ou melhor, espetacular! Nunca pensei que houvesse tanta diversidade de coisas naquele lugar. Consegui avistar bem de longe uma onça e logo mais pude ver macaquinhos saltitando pelas árvores. Nesse meio tempo, nessas duas horas, pude perceber o valor que tem a nossa Amazônia.
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