segunda-feira, 1 de agosto de 2016

No destino da Amazônia

por Deise de Moura Tolfo

O bilhete para o voo rumo à Amazônia estava comprado e eu, já me sentia aliviada por ter dado tudo certo: as datas, os valores e o pacote. Foram horas de negociação, mas a opção mais atraente que a moça da companhia aérea me passou foi para a Amazônia. Confesso que na verdade queria ter ido para Fortaleza, mas parece que esse não seria o meu destino.




Cheguei em casa contente, sabendo que logo estaria do outro lado do Brasil. Os dias se passaram e logo chegou a data tão esperada. Eram 7 horas da manhã de segunda-feira, meu relógio despertou. Acordei assustada, pulei da cama e já fui preparando minha mala. Roupas, casacos: não, casacos não! A moça da companhia me disse que a temperatura lá é bem alta. Separei, então, somente roupas leves, chinelos, tênis, livros, e o necessário para ficar duas semanas fora de minha casa. Quando acabei, não havia mais nenhum espacinho para coisa nenhuma naquela mala, e ainda faltavam alguns objetos. Resumindo, tive que sair às pressas para arranjar mais uma mala. Minha vizinha me deu a maior força, emprestou a dela e pude organizar todas as minhas coisas.
Confesso que na verdade queria ter ido para Fortaleza, mas parece que esse não seria o meu destino.
A viagem estava marcada para as 21 horas e precisava chegar a Porto Alegre em tempo hábil. Para minha sorte, consegui estar no Aeroporto Salgado Filho com uma hora de antecedência.  Fiz o check-in, entreguei o bilhete ao funcionário do aeroporto e segui em direção ao avião. Quando entrei pela porta da aeronave lembrei de tomar meu remédio para enjoo, sempre fico mal na decolagem, meu estômago revira, minhas mãos ficam trêmulas e sinto como se estivesse tendo uma coisa. Estava transtornada com aquilo, mas pensei em soluções. A aeromoça logo veio para meu lado, e tive uma ideia fantástica, que talvez me livraria de todas aquelas sensações horríveis. Chamei ela e pedi: moça, tens algo para enjoo? Esqueci do meu remédio! A moça prontamente me atendeu e me trouxe novamente o descanso.



O taxista maluco: em Manaus quem menos anda, voa!
Foram quase sete horas dentro daquele avião. Confesso que para mim essa é aparte mais chata da viagem, aquele ambiente me sufoca! Acho que sofro de claustrofobia. Mas enfim, cheguei no meio da noite ao meu destino. Paramos no Aeroporto de Manaus e precisava de um táxi que me levasse para o hotel. 
Já em terra firme, tudo já estava ficando melhor! Peguei o primeiro táxi da fila, forneci o endereço que a moça da companhia me passou e o taxista deu a partida no carro e saiu com muita pressa. A cidade estava silenciosa e o motorista estava bem nervoso, andava bem rápido que quase não vencia as esquinas. Comecei a ficar com medo. Ele me olhava pelo retrovisor, e nem cuidava muito o trajeto que fazia. Perguntei a ele se demoraria muito e ele em um tom bem grosseiro me respondeu: quer que eu ande mais! Tratei logo de ficar quieta e senti um cheiro desagradável, acho que era de bebida. Pensei logo: meu Deus, onde fui me meter!
Ele andou cerca de 40 minutos e eu percebi que ele estava dando voltas demais, não tinha certeza, mas isso me passou pela cabeça. Só queria entender se ele tinha alguma intenção maldosa ou apenas queria que eu pagasse a mais. Mas enfim, cheguei no hotel sã e salva! A moça da portaria foi logo me receber e perguntou se estava tudo bem comigo, acho que ela percebeu meu pavor! Após a recepção, fui para o meu quarto descansar para iniciar o dia tão esperado; o dia de conhecer a selva amazônica.
Era encantadora a diversidade de cores das casas, uma arquitetura bem diferente da nossa.
Dormi bem pouco, acordei com o sol no meu rosto, olhei para fora da janela e me deslumbrei ao ver uma cidade tão bela. Era encantadora a diversidade de cores das casas, uma arquitetura bem diferente da nossa. Me empolguei bastante e estava ansiosa para conhecer tudo. Desci até a portaria e lá estava um índio me esperando para me levar até o acampamento na selva. Foram mais duas horas de trajeto, almoçamos no caminho e logo na primeira hora da tarde pegamos uma lancha para chegar até o destino. Foi surpreendente, ou melhor, espetacular! Nunca pensei que houvesse tanta diversidade de coisas naquele lugar. Consegui avistar bem de longe uma onça e logo mais pude ver macaquinhos saltitando pelas árvores. Nesse meio tempo, nessas duas horas, pude perceber o valor que tem a nossa Amazônia.



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