Marcello Kochhman Lucas
“...a lua tão bela, iluminada e desejada. Na maioria dos romances o homem
promete a lua a sua amada. Mas eu não. Eu
vou lhe dar a lua. Uma
viagem a ela...”
Eu vou lhe dar a lua.
Tudo
começou no dia 21 de abril de 2015, quando eu e mais 2 amigos resolvemos
assaltar o maior banco do nordeste do Brasil. Seria o maior esquema de assalto
a banco da história do país, quiçá do mundo. Meio bilhão de reais estava em
jogo. O suficiente para chegar à lua com minha amada. Os túneis estavam
prontos. A logística perfeitamente encaixada para até a fuga ser perfeita e
segura.
Na
madrugada do dia 22, estávamos reunidos para às 7 da manhã dar início ao
esquema. Era feriado. O banco fechado e com pouca vigilância. Nos meus olhos, o brilho da
lua. A lua em que prometi a minha amada. A gana por aquele montante só
aumentava a cada segundo.
Nos meus olhos, o brilho da lua. A lua em que prometi a minha amada.
Eram
6:30 da manhã, fizemos a oração. Meus 2 amigos nem fé tinham, mas rezavam para
cumprir o protocolo de assalto. Era habitual para eles. Naquele momento me
bateu um certo receio. Não culpa, afinal era um presente a minha amada.
7:30
da manhã implodimos o primeiro cofre. O dinheiro estava sendo carregado. A
viagem à lua estava tão perto. Meus olhos brilhavam mais do que nunca.
Não
sabemos como, mas perdemos o controle de tudo. Carregamos o dinheiro todo, dos
3 cofres. E na saída do túnel estava a tropa de choque da polícia militar. O
sonho da lua havia acabado.
Fui
preso. Estou aqui há 8 anos. No presídio central. A viagem à lua eu não
consegui. Mas a amada eu encontrei aqui dentro.
Tentei
dar a lua à amada. Amada essa que eu ainda não havia encontrado e aqui dentro
encontrei. Agora sim, quando sair daqui eu darei a viagem à pessoa destinada.
Enquanto isso vemos a lua brilhar quadrada, da
janela da cela da prisão.
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