João Vitor Taborda Salla
Era um final de semana
qualquer, comum, sem notícias impactantes, tampouco novidades. Preparava minhas
malas, mochilas e tralhas para algo que seria uma viagem um tanto quanto
interessante. Sairíamos de Santa Cruz do Sul/RS, rumo a Coronel Procópio/PR.
Pouco mais de mil quilômetros de estrada, onde o mais importante seria o meio
desse contexto. O carro em que iríamos era da mãe de uma amiga minha, um pouco
mal cuidado, mas, de certa forma, propício para a nossa aventura.
A gente iria sair pela
manhã, bem cedinho. Então não perdi tempo, e fui arrumar minhas coisas. Meu
irmão me indagou sobre o que eu levaria de bagagem, que não era pra levar
tantas coisas, pois era verão, e ficaríamos poucos dias por lá.
- Ah, mano, tô levando
meus bagulhos normais. Skate,
um cd novo do Projota – caso a galera que for junto resolva colocar aquelas
músicas melancólicas do Luan Santana, Jorge e Mateus etc. Também tô levando a
minha câmera fotográfica. Enfim, essas coisas – respondi ao meu irmão.
Terminei de arrumar
minhas coisas, passei todos os episódios das minhas séries favoritas para meu HD
externo, para talvez assisti-las durante a viagem, arrumei as roupas e fui
dormir.
Logo, já acordei cedo -
por volta de umas quatro e meia da manhã. A galera já passou para me buscar em
casa, e “largamos” rumo a Coronel Procópio. Durante a viagem, várias pausas
para fotos, selfies etc.
Foi então que – visível e premeditadamente – colocaram aquelas músicas
melancólicas, sobre as quais citei os cantores acima. Puxei meus fones de
ouvido, coloquei FarAway,
da banda canadense Nickelback, e fechei meus olhos para tentar me desligar
daquele “mundinho” o mais rápido possível.
Olhei para os lados, todos haviam sumido, havia somente eu no carro, e o mesmo estava parado no meio daquela rodovia deserta.
Acordei ouvindo algo
estranho, que parecia uma fusão de O
Nome Dela é Rapariga, de Naiara Azevedo, com um funk music, desses famosinhos como Baile de Favela, de Mc João.
Olhei para os lados, todos haviam sumido, havia somente eu no carro, e o mesmo
estava parado no meio daquela rodovia deserta, quase que como (aí vem outra
citação) o episódio piloto da série The
Walking Dead - onde o
protagonista acorda sozinho no hospital. Foi quando fiquei desesperado, saí do
carro, e entrei na mata para procurar meus amigos, tentar encontrá-los.
Nisso, ouço um boooom, essa onomatopeia faz
com que eu olhe para os lados, neste momento começo a ver tudo em chamas – como
descrito no texto O Final, ou
o Começo de um Novo Mundo, de Betina Cesa. Parecia tudo devastador, tudo
queimando e explodindo. Foi quando as explosões me alcançaram, e, após um
tempo, começo a ouvir uma voz familiar, que dizia:
- Vamos, acorda. Vamos, se mexe.
Começo a perceber que a voz se trata de Olívia, minha amiga, filha da mulher que nos emprestou o carro.
Começo a perceber que a
voz se trata de Olívia, minha amiga, filha da mulher que nos emprestou o carro.
Percebo que estou só no carro novamente, mas desta vez em um lugar mais
movimentado, com buzinas e barulho de carros. Antes que me desse conta, Olívia
já estava me falando:
- Vamos, dorminhoco,
você dormiu quase a viagem inteira! Só mais essa foto e já estamos quase
chegando.
Precioso momento em que
fiquei aliviado. Meus amigos não haviam sumido, eu não estava inserido na vida
real de uma série fictícia, muito menos estava ouvindo aquelas músicas
desagradáveis. Eu apenas tinha ido para uma área em que fiquei preso nos meus
próprios pensamentos, imaginando coisas, preocupado, e vendo o fim do mundo
(sem alienígenas). É, podemos chamar isso de viagem.
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